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segunda-feira, 14 de março de 2011

NAPOLEÃO

Nasceu em União (PI) a 17-3-1903, na Casa Grande do "Sítio", pertencente a seu bisavô Antônio Martins Viana, sede do patriarca rural em decadência. De família pobre.  Aos dez anos seguiu para Belém (PA), onde cursou o antigo Ginásio Pais de Carvalho e iniciou vida literária, colaborando em jornais e revistas. Auxiliar de telegrafista em Salvador (BA). De 1919 a 1924 residiu no Rio de Janeiro. Passou dificuldades. Operário no antigo Museu Nacional da Quinta da Boavista. Trabalhou no Serviço de Seleção de Sementes do Ministério da Agricultura. Regressando ao Piauí, exerceu os seguintes cargos: Oficial de Gabinete e Secretário do Governador do Estado, Redator do jornal "O Piauí", catedrático do antigo Liceu Piauiense (hoje Colégio Zacarias de Góis), lecionando gramática histórica e filosofia; professor do ginásio São Francisco de Sales, Colégio Coração de Jesus, Escola Normal (línguas); Diretor do Liceu Piauiense, Diretor Geral da Instrução Pública, correspondente a Secretário de Educação e Cultura (duas vezes); Professor de Direito Constitucional da antiga Faculdade de Direito do Piauí; Consultor Jurídico do Departamento das Municipalidades; Secretário Geral do Estado e Interventor Federal. Elaborou a reforma orgânica do ensino estadual em moldes de alto nível pedagógico. Pioneiro da instituição de plano de escolas de iniciação agrícola. Membro do Conselho Diretor da Associação Brasileira de Educação, do Pen Clube, da Academia de Ciências Políticas da Universidade de Colúmbia e da Associação Piauiense de Imprensa. Voltou ao Rio em 1946, como advogado. Integrou o Serviço Jurídico da antiga Superintendência da Moeda e do Crédito. Pertenceu à Consultoria Jurídica do Banco do Brasil, como Chefe-Adjunto do Departamento Jurídico da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial. Consultor Jurídico do Banco do Brasil. Labor intelectual extraordinário: professor, ensaísta, conferencista, jornalista, tradutor, advogado, prosador e dos maiores poetas da literatura nacional.

OBRA:

- "Do Latim Castrense ao Romance"

- "Influência Dantesca na Obra de Camões"

- "O Sentimento Brasileiro na Poesia de Bilac"

- "A Criança Problema Básico"

- "O Nordeste e as Grandes diretrizes da Educação Popular"

- "Caderno de Ação Católica"

- "O Piauí e o Nordeste"

- "Aceite Condicional da Duplicata"

- "Dívida dos Pecuaristas"

- "Copa de Ébano" (poesia)

- "Poemas da Terra Selvagem"

- "Caminhos da Vida e da Morte" (poesia)

- "Poemas Humanos e Divinos"

- "O Prisioneiro do Mundo" (poesia)

- "Opus 7" (poesia)

- "O Oleiro Cego" (poesia)

- "Três Cantos do Paraíso"

- "Pequena Antologia de Poemas Alheios"

- "Tema, Coral e Fuga" (poesia)

- "Três Cantos do Purgatório" e

- "Epopéia Camoniana" (conferência).

Martins Napoleão participou do movimento de renovação da poesia brasileira. Alguns dos seus poemas foram vertidos para o espanhol por Gastón Figuera (Uruguai) e Juan Felipe Toruno (El Salvador). É glória das letras piauienses.

Toda a sua obra poética foi reunida por ele em dois volumes, intitulados "Cancioneiro Geral". A prosa literária está num só volume, "Folhas Soltas ao Vento".

Benedito Martins Napoleão do Rego faleceu no Rio de Janeiro, a 30-4-1981, e sepultou-se em Teresina, no dia seguinte.


A. Tito Filho, 28/07/1988, Jornal O Dia

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